NOTÍCIAS

Painel final debate aplicações do Provimento 88 às especialidades de Protesto e RTDPJ
13 DE MARçO DE 2020


Participantes discutem mudanças internas necessárias para a correta aplicação da norma nacional que integra atividades extrajudiciais ao combate à lavagem de dinheiro

Brasília (DF) – Nesta quinta-feira (12.03), o último painel do Seminário “A Atuação dos Notários e Registradores no Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro” discutiu as mudanças internas e práticas realizadas no cotidiano dos cartórios com a introdução do Provimento 88/2019, que integra as serventias extrajudiciais ao sistema do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo.

O evento aconteceu no auditório do Conselho de Justiça Federal (CJF), em Brasília, com representantes da Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ), do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), da Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg/BR), do Colégio Notarial do Brasil (CNB-CF), do Instituto de Protesto de Títulos do Brasil (IEPTB-BR), do Instituto de Registro Imobiliário do Brasil (IRIB), do Instituto de Registro de Títulos e Documentos do Brasil (IRTDPJBR), além de notários e registradores.

Coordenado pelo presidente do Instituto de Estudos de Protesto de Títulos do Brasil – Seção São Paulo (IEPTB/SP), José Carlos Alves, representantes dos Tabelionatos de Protesto e do Registro de Títulos e Documentos e de Pessoas Jurídicas presentes na mesa de encerramento do evento concordaram que, nos casos cabíveis de interpretação, os oficiais devem analisar a operação antes de enviá-la como suspeita ao Coaf. Nas normas específicas do Provimento destinadas aos Tabelionatos de Protestos, o tabelião e registrador do Distrito Federal, Hércules Benício, ressaltou que os atos que não foram comunicados devem ser mantidos pelos cartórios junto a justificativa para a abstenção da remessa das informações ao órgão.

“Todo notário e registrador deve saber que tem o dever de registrar uma operação envolvendo os atos comunicados ao Coaf, mas também diligenciar a justificativa pela qual eles deixaram de comunicar ao órgão algum ato que estava incluído no texto do provimento. Precisa ter um esforço de justificativa”, destacou.

Como sugestão a todos os tabeliães, Benício disse que é importante que os cartórios tenham uma lista dos nomes expostos politicamente para facilitar a comunicação de possíveis atos que envolvam os mesmos. Sugeriu ainda que os formulários de aplicação de títulos sejam mais sofisticados para aumentar os dados e informações fornecidas. “O que o Brasil espera dos notários e registradores é que tenham uma inteligência de análise de situações atípicas”, concluiu.

O tabelião e registrador também apontou a importância de que, a exemplo do que ocorre na Espanha, o segmento extrajudicial possa ter um sistema de controle interno, que trabalhe focado no assunto e concentre as técnicas necessárias para fazer uma validação prévia das informações antes que estas sejam remetidas ao Coaf. “Podemos trabalha de forma muito mais pontual se tivermos um órgão central de prevenção especializado, que concentre as informações e as valide, ao invés de enviarmos milhares de atos suspeitos”.

Integrando o debate dos Registros de Títulos e Documentos e de Pessoas Jurídicas, a registradora em Minas Gerais, Vanuza Arruda, destacou as 72 mil comunicações suspeitas já realizadas ao Coaf, mas disse que é necessário primar por sua qualidade e menos pela quantidade. “Quando estiver na dúvida em relação a alguma operação, é necessário analisar e filtrar, priorizando sempre uma análise criteriosa”, alegou.

Comunicações suspeitas referentes a contratos bancários já integram a lista de atos que devem ser reportados pelos bancos do país. Contudo, Arruda afirmou que ao receber esses documentos com características fraudulentas o oficial deve analisar e, se confirmar a possibilidade de atividade ilícita, reenviar como forma de reforçar a atipicidade da operação ao Coaf.

Para os especialistas do setor extrajudicial, diversas obrigações da norma estão abertas a interpretações dos notários e registradores. Assim, a notificação emitida pelos cartórios, por exemplo, não é tipificada como documento jurídico e não tem conteúdo econômico, ou seja, não é especificada como suspeita automática no Provimento. “No momento de analisar as notificações, como não é especificado na norma, é necessário prestar atenção no teor da notificação”, explicou Arruda.

Jorsenildo Dourado do Nascimento, juiz auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ), também participou do debate destacando os desafios apresentados ao setor extrajudicial e reforçando o empenho do CNJ em auxiliar todos os cartórios do país a se capacitarem, cada vez mais, para esse novo cenário.

Fonte: Assessoria de Imprensa

Outras Notícias

Portal CNJ

Inovação para atender o cidadão é um dos objetivos da Justiça do Trabalho paraense
31 de janeiro de 2024

Em uma iniciativa inédita no Judiciário, a Justiça do Trabalho da 8ª Região (PA/AP) junto ao Tribunal de...


Anoreg RS

Colégio Registral do RS divulga reajuste da Tabela de Certidões de 2024
31 de janeiro de 2024

Colégio Registral do RS divulga reajuste da Tabela de Certidões de 2024


IRIRGS

IRIRGS divulga a Tabela de Certidões de 2024, válida a partir de 1º de fevereiro
30 de janeiro de 2024

O IRIRGS divulga a Tabela de Certidões para o ano de 2024, válida a partir de 1º de fevereiro. A atualização do...


Portal CNJ

Tribunal de Goiás aprova resolução para implementação do juiz das garantias
30 de janeiro de 2024

O Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) aprovou, em sessão extraordinária, realizada...


Portal CNJ

Presidente do STF e do CNJ fala sobre inteligência artificial na sessão de abertura da Corte Interamericana de Direitos Humanos
30 de janeiro de 2024

A inteligência artificial e seus aspectos em relação aos direitos humanos no Brasil e no mundo foi tema da...


Portal CNJ

Tribunal acreano registra cerca de 48 mil acessos na página da Ouvidoria de Justiça
30 de janeiro de 2024

O Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) recebeu um aumento significativo no tráfego da página da Ouvidoria,...


Portal CNJ

Cejuscs da Justiça do Trabalho da 11ª Região pagam R$ 21,9 milhões em acordos
30 de janeiro de 2024

As audiências de conciliações realizadas nos Centros Judiciários de Métodos Consensuais de Soluções de...


Portal CNJ

Fórum de São Luís doa cerca de 5 mil processos em papel para cooperativa de reciclagem
30 de janeiro de 2024

O Fórum Des. Sarney Costa (Calhau), por meio da Divisão de Arquivo, entregou nessa segunda-feira (29/1), à...


Portal CNJ

Mulheres do Tribunal do Trabalho capixaba ganham espaço de apoio e acolhimento
30 de janeiro de 2024

A reunião que oficialmente deu início às atividades do Coletivo de Mulheres do Tribunal Regional do Trabalho da...


Portal CNJ

Concurso de Cartórios: no Piauí, mais de 250 aprovados participam de audiência para escolha das serventias
30 de janeiro de 2024

Mais de 250 aprovados no concurso público de provas e títulos para outorga de delegações de serventias...